Artigo

Como o investimento em Design Thinking contribui para aumentar seu faturamento (o guia definitivo)

25/01/19
Design Thinking: artigo - como ele ajuda no faturamento

Você provavelmente já ouviu falar em Design Thinking, já leu algum artigo sobre o assunto, ou foi incentivado por alguém a investir nesse tipo de abordagem. E a primeira coisa que vem à cabeça é contratar uma “agência de design thinking”, ou então perguntar aos profissionais de marketing : “você ‘faz’ Design Thinking”?

Mas, afinal, o que é e qual a importância do Design Thinking? E mais importante: o quanto isso isso pode te ajudar a vender mais?

Antes de entender como ele faz a sua empresa aumentar o faturamento, é preciso dar um passo para trás e compreender um pouco mais.

1- Afinal de contas, O QUE É Design Thinking?

Mais do que uma estratégia ou um tipo de serviço, o Design Thinking é uma abordagem, ou seja, uma maneira de pensar. A ideia surgiu devido à demanda por parte de empresas em realizar projetos que partam do mesmo princípio utilizado pelos designers: centrar os esforços voltados a compreender o comportamento das pessoas, humanizando a marca e o produto de forma a promover o bem-estar na vida das pessoas e conquistar mais valor de marca em vez de apenas vendas rápidas.

Portanto, a abordagem do Design Thinking, embora tenha a palavra “design” no nome, pode ser realizada em praticamente todos os âmbitos de uma empresa. Basta se valer da concepção de que os recursos técnicos devem atender às necessidades humanas, e não o contrário. No livro Design Thinking – principal publicação sobre o assunto – o autor Tim Brown diz que, antes, o Design e o pensamento ao redor dele era visto como o elo de uma cadeia, quando na verdade é o eixo de uma roda.

Você já deve ter usado o Design Thinking sem perceber
Se você, em algum momento da sua vida pessoal ou profissional, teve que solucionar um problema complexo, muito provavelmente foi “obrigado” a pensar como um designer sem saber.

Quer um exemplo?

Vamos supor que você tenha que organizar um evento presencial para clientes com o mínimo possível de gastos. Imagine que, para solucionar o problema, você estudou as necessidades de cada um dos clientes inscritos no evento e criou uma agenda que consolidasse os diferentes espaços da empresa. Assim, em vez de precisar alugar um espaço de eventos, foi necessário apenas adaptar as salas já existentes no local. Além disso, você ofereceu um atendimento dirigido a cada um dos presentes de maneira mais personalizada.

Note que a solução encontrada para esta situação permitiu uma redução de custos e até mesmo um aumento na percepção da qualidade do serviço, em vez da comum redução de qualidade. De uma forma muito simples e focada nas necessidades das pessoas, você utilizou um pouco de Design Thinking.

Mas é claro que a solução não é alcançada de forma direta. Muito provavelmente você teve ideias, conversou com alguns clientes, voltou a ter novas ideias, repensou novamente, até chegar a uma solução. Segundo Tim Brown, os Design Thinkers possuem um processo exploratório, ou seja, o processo para encontrar a solução não será linear e poderá parecer “desorganizado” aos olhos de quem não o conhece.

Ou seja, Design Thinking tem tudo a ver com inovação

Quando se utiliza a abordagem do Design Thinking, o propósito é expandir os horizontes, olhar para o mundo de forma diferente e criar novas maneiras de executar um trabalho, atender clientes, ou simplesmente pensar em novas soluções.

Com isso, a abordagem de pensar como um Designer é fundamental nos dias de hoje. Com as demandas do mercado e as mudanças constantes no mundo, as empresas que se destacam são aquelas realmente preocupadas em resolver os problemas da sociedade e do seu público-alvo, e a forma de fazer isso é cada vez menos óbvia, exigindo uma visão multidisciplinar (ou holística) do mundo ao redor. Além disso, é importante entender que inovação não significa necessariamente fazer uso de tecnologia de ponta ou processos complexos: pelo contrário, muitas vezes a verdadeira inovação está na simplicidade.

2- Como fazer (qual é o processo)

Tudo bem. Você já entendeu o que é o Design Thinking e quais as ideias que formam seus pilares. Mas, afinal, como ele é feito? De forma prática, como as empresas o aplicam?

Ainda que seja verdade quando falamos que há um certo “caos” na aplicação do Design Thinking, já que ele exige muitas idas e vindas, o fato é que há um processo a ser percorrido. A grande vantagem é que esse processo pode ser modificado e adaptado conforme as necessidades. Não faria sentido ter um processo que busca a inovação com base em passos muito sólidos, imutáveis e inadaptáveis.

Passo 1: Imersão

O primeiro passo exige que o design thinker mergulhe no mundo do problema a ser solucionado. Primeiramente, é feita uma imersão preliminar, com observações do campo inicial e referências. Nesta etapa, é necessário identificar as origens do problema a ser solucionado. Observação, entrevistas e pesquisas de campo costumam ser as ações práticas necessárias para compreender plenamente o que está acontecendo.

Passo 2: Análise e síntese

Com base nas anotações e em todo o material coletado no período de imersão, é necessário pensar quais são os padrões que se repetem e refletir sobre eles. É neste momento, especialmente, em que deve-se aplicar o pensamento abdutivo: formular questionamentos certeiros a partir das observações, e chegar a conclusões que determinem o real problema.

Um bom exemplo pode ser quando uma marca tenta resolver o problema de queda nas vendas. À primeira vista, muitos empresários podem pensar que a solução é reduzir o preço e realizar promoções, mas uma trabalho de design thinking pode chegar à conclusão de que a solução é aumentar a conexão do público com a marca. Ou seja, o processo para fazer mais pessoas comprarem é outro, e a empresa não sofrerá com a redução no faturamento que sofreria caso baixasse os preços.

Passo 3: Ideação (Insights)

É o momento em que se determina o que deverá ser feito. Deve-se definir o público que será atingido pelas novas ações, já que elas sempre devem ser centradas no ser humano. É neste momento que as equipes e os pensamentos chegam ao ápice da multidisciplinaridade. É quando as ideias vão para o papel, e um projeto coerente é formalizado.

Passo 4: Prototipagem (Teste)

O quarto passo também se confunde com o quinto. Muitas vezes eles são feitos ao mesmo tempo, e em algumas situações pode-se pular o quarto passo. A única diferença é que a Prototipagem pressupõe testes na aplicação prática das ideias. No entanto, o próprio conceito de Design Thinking significa que as soluções e aplicações práticas das ideias devem ser sempre revistas, renovadas e repensadas conforme novos problemas e novas demandas surgirem.

O quarto passo também se confunde com o quinto. Muitas vezes eles são feitos ao mesmo tempo, e em algumas situações pode-se pular o quarto passo. A única diferença é que a Prototipagem pressupõe testes na aplicação prática das ideias. No entanto, o próprio conceito de Design Thinking significa que as soluções e aplicações práticas das ideias devem ser sempre revistas, renovadas e repensadas conforme novos problemas e novas demandas surgirem.

Passo 5: Realização (Aplicação)

As soluções são aplicadas e resolvem o problema apresentado no começo. O objetivo deve ser sempre focado em criar soluções para as pessoas, de forma a criar oportunidades de negócios e melhorias para todos, incluindo a empresa.

3- Finalmente: como ele contribui para aumentar o faturamento

A primeira coisa que você precisa entender é que o Design Thinking não é apenas tendência no mercado, mas no mundo. Sua aplicação na sua empresa fará com que ela tenha mais proximidade com as tendências do mundo e o futuro da economia global.

Sabe aquela frase do Bill Gates, que diz que um negócio que não está na internet deixará de existir? Pois é. Podemos dizer que, em um futuro muito próximo, os negócios que não aplicarem o Design Thinking também deixarão de existir.

Segundo Tim Brown, a essência do Design Thinking é a mesma do código aberto e da Web 2.0: o envolvimento direto com pessoas é o que vai nos levar a garantir experiências satisfatórias e capazes de melhorar o mundo que nos cerca.

Vamos aos números:

  • Empresas ligadas ao Design Thinking superaram o índice da Standard & Poor’s (S&P Index) em 219%;
  • 46% dos líderes de empresas com trabalhos em Design Thinking citaram a ligação emocional com os clientes como característica definidora para o avanço da marca;
  • 71% das empresas que aplicam Design Thinking declararam melhora na cultura de trabalho das equipes;
  • 71% das empresas declararam ter aumentado em 10 vezes o número de ativos.
  • Após aplicar um projeto de implementação de Design Thinking, a IBM reportou os seguintes números: redução de 33% no tempo de desenvolvimento dos projetos, economia de US$678 mil em projetos menores e de US$3,2 milhões em projetos maiores, e aumento no lucro dos projetos, com variações de de US$182 mil a US$1,1 milhão de acréscimo.

*números do CMO, portal de Marketing da Adobe.
**dados da
IBM encontrados em relatório online

4- Conclusão e resumo, nas palavras de Tim Brown:

Para concluir, decidimos citar algumas frases do autor do livro “Design Thinking”. As frases resumem a organização do processo a ser implementado nas empresas.

  • Comece pelo início: “O design thinking começa com a divergência, a tentativa deliberada de expandir a variedade de opções, em vez de restringi-las”.
  • Assume uma abordagem centrada no ser humano: “Como o design thinking equilibra as perspectivas dos usuários, da tecnologia e dos negócios, é, por natureza, integrador”.
  • Fracasse logo, fracasse com frequência: “O tempo até o primeiro protótipo é um bom indicativo de vitalidade de uma cultura de inovação”.
  • Procure ajuda profissional: “Em certas ocasiões, faz mais sentido sair de sua organização e buscar oportunidades de expandir o ecossistema de inovação”.
  • Misture projetos grandes com pequenos: “Não existe uma solução genial para a inovação. Pense nisso mais como uma série de pequenas soluções”.
  • Ajuste o orçamento ao ritmo da inovação: “O design thinking é veloz, indisciplinado e disruptivo, e é importante resistir à tentação de desacelerá-lo com (…) procedimentos burocráticos (…)”.