Se olharmos para o comportamento profissional de alguns anos atrás, veremos que muitos funcionários vestiam a camisa da empresa (muitas vezes literalmente) com orgulho. Isso pode ser percebido também nas relações com o trabalho entre pessoas de diferentes gerações: enquanto os mais velhos seguem acreditando na dedicação ao empregador como uma forma de construir uma carreira sólida e segura, os mais novos encaram a volatilidade do mercado como algo natural, e são mas propensos a mudar de emprego e carreira.
Era comum uma pessoa encher a boca para falar que trabalhava a um grande conglomerado, ou se gabar de ter um cargo em uma empresa famosa e respeitada. Hoje, o mercado está mais baseado em habilidades. O que isso significa?
Conforme foram acontecendo mudanças no mercado de trabalho como um todo, as habilidades passaram ser mais valorizadas, em detrimento dos “nomes” nos currículos. Cada vez menos importa ter universidades renomadas e grandes empresas no currículo. Os recrutadores passaram a buscar por habilidades e competências individuais, segundo matéria da BBC sobre o tema.
Os avanços tecnológicos não apenas aceleraram as relações, mas também os processos de contratação e adaptação dos profissionais às realidades de cada empresa. Com isso, as pessoas ficam cada vez menos tempo em um cargo, mudando para cargos semelhantes em outras empresas, o que tira a força daquele “orgulho” de trabalhar para uma empresa. As crises financeiras que levam empresas a demitir funcionários também contribuem para isso, já que o funcionário tende a se sentir frequentemente ameaçado.
Assim como o fenômeno do “quiet quitting”, a redução da lealdade dos funcionários é resultado de uma relação cada vez mais dissociada entre trabalho e vida pessoal. Cada vez mais, as pessoas trabalham para viver (em vez de viver para trabalhar) e optam por qualidade de vida como algo fundamental.
O lado bom é que os trabalhadores estão mais atentos às suas habilidades, já que muitas vezes desvalorizamos nossas capacidades pessoais, como ter boa didática e capacidade de resolução de conflitos, por exemplo. Isso se vê até mesmo nos perfis no Linkedin, onde as habilidades ganham destaque para além do local de trabalho dos profissionais. Trata-se de uma tendência que precisamos entender para ajustar os processos de busca por novos talentos, bem como na procura por trabalho.
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