Notícia

Mercado baseado em habilidades leva à redução da lealdade nas empresas

05/09/23

Se olharmos para o comportamento profissional de alguns anos atrás, veremos que muitos funcionários vestiam a camisa da empresa (muitas vezes literalmente) com orgulho. Isso pode ser percebido também nas relações com o trabalho entre pessoas de diferentes gerações: enquanto os mais velhos seguem acreditando na dedicação ao empregador como uma forma de construir uma carreira sólida e segura, os mais novos encaram a volatilidade do mercado como algo natural, e são mas propensos a mudar de emprego e carreira.

Era comum uma pessoa encher a boca para falar que trabalhava a um grande conglomerado, ou se gabar de ter um cargo em uma empresa famosa e respeitada. Hoje, o mercado está mais baseado em habilidades. O que isso significa?

Vamos entender melhor:

Conforme foram acontecendo mudanças no mercado de trabalho como um todo, as habilidades passaram ser mais valorizadas, em detrimento dos “nomes” nos currículos. Cada vez menos importa ter universidades renomadas e grandes empresas no currículo. Os recrutadores passaram a buscar por habilidades e competências individuais, segundo matéria da BBC sobre o tema.

Os avanços tecnológicos não apenas aceleraram as relações, mas também os processos de contratação e adaptação dos profissionais às realidades de cada empresa. Com isso, as pessoas ficam cada vez menos tempo em um cargo, mudando para cargos semelhantes em outras empresas, o que tira a força daquele “orgulho” de trabalhar para uma empresa. As crises financeiras que levam empresas a demitir funcionários também contribuem para isso, já que o funcionário tende a se sentir frequentemente ameaçado.

Equilíbrio entre trabalho e vida

Assim como o fenômeno do “quiet quitting”, a redução da lealdade dos funcionários é resultado de uma relação cada vez mais dissociada entre trabalho e vida pessoal. Cada vez mais, as pessoas trabalham para viver (em vez de viver para trabalhar) e optam por qualidade de vida como algo fundamental.

O lado bom é que os trabalhadores estão mais atentos às suas habilidades, já que muitas vezes desvalorizamos nossas capacidades pessoais, como ter boa didática e capacidade de resolução de conflitos, por exemplo. Isso se vê até mesmo nos perfis no Linkedin, onde as habilidades ganham destaque para além do local de trabalho dos profissionais. Trata-se de uma tendência que precisamos entender para ajustar os processos de busca por novos talentos, bem como na procura por trabalho.