Notícia 
Em 2018, o empresário neozelandês Andrew Barnes sugeriu que sua equipe passasse a trabalhar apenas de segunda a quinta-feira, desde que fossem mais produtivos em suas funções. A ideia se converteu no projeto “4 Day Week” (semana de quatro dias), que já implementou jornadas mais curtas de trabalho em empresas de países como Islândia, Bélgica, Portugal, Reino Unido, Emirados Árabes, Suécia, entre outros.
Segundo os resultados do projeto, 55% dos funcionários se sentiram mais produtivos, 78% ficaram menos estressados, e a tendência de deixarem o emprego caiu 57%.
Um dia a mais na semana para ir ao médico, preparar alimentos saudáveis e fazer atividades físicas pode transformar a vida das pessoas, que no longo prazo podem viver mais e com menos problemas de saúde. Além disso, um dia a menos pode fazer toda a diferença para reduzir as doenças relacionadas ao trabalho, como a LER (lesão por esforço repetitivo).
Em uma sociedade que ainda relega às mulheres a maior parte das atividades domésticas, a prática da semana de 4 dias tem levado homens a participarem mais das tarefas domésticas, incluindo a criação dos filhos. Com isso, a mentalidade da sociedade pode se transformar no longo prazo, reduzindo a cobrança em cima das mulheres – e contribuindo para maior igualdade de gênero na sociedade.
No Brasil, o país mais ansioso do mundo, mais de 200 mil pessoas foram afastadas do trabalho, só em 2022, devido a problemas relacionados à saúde mental. Um dia de trabalho a menos na semana leva as pessoas ao descanso, à redução do tempo no transporte (ou no trânsito), entre outros fatores que contribuem para reduzir tudo aquilo que intensifica os problemas psicológicos.
Infelizmente, seria muito irreal pensar que, em todas as realidades vividas pelos trabalhadores, a jornada de trabalho simplesmente será reduzida em um dia na semana sem mudanças drásticas. No entanto, as experiências que vem sendo realizadas comprovam que é necessário um debate sobre o tempo dedicado ao trabalho na sociedade atual.
As empresas podem refletir sobre como os trabalhos são feitos, e de que forma eles podem ser adaptados para que os colaboradores tenham mais produtividade. As questões que envolvem essas transformações passam pela redução da carga horária, mas também pela prática do teletrabalho (home office) e outros serviços. É importante que esse debate e essas transformações ocorram sem que haja a precarização do trabalho.
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