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Grandes empresas boicotam Facebook e ensinam sobre ambiente positivo

01/07/20
Grandes empresas boicotam Facebook e ensinam sobre ambiente positivo - imagem de banco com computador no facebook

O mês de julho de 2020 será marcado por um boicote maciço de grandes empresas às principais redes sociais do mundo. No último dia 26, a Unilever e a Coca-Cola declararam que passariam ao menos um mês sem anunciar no Facebook, Instagram e Twitter. As gigantes do mercado estão entre as maiores anunciantes da plataforma de rede social, e seguem na esteira de empresas como Verizon, Ben & Jerry’s, Patagonia e Honda, que fazem parte da campanha “Stop Hate for Profit”, que visa criar um ambiente mais saudável e menos polarizado nas redes. Logo depois, a Starbucks teve a mesma atitude.

Enquanto a Coca-Cola anunciou que usará o mês de julho para reavaliar as estratégias publicitárias, a Unilever anunciou nas redes sociais que “a atmosfera polarizada aumenta a responsabilidade das marcas em construir um ecossistema digital de confiança e segurança”, destacando que sua ação vai até o fim do ano de 2020. O diretor-executivo da Coca-Cola afirmou que “não há lugar para o racismo no mundo e não há lugar para racismo nas redes sociais”, exigindo que o Facebook (proprietário do Instagram e Whatsapp) crie novas formas de evitar que conteúdos racistas e violentos sejam disseminados na plataforma.

Até o dia 28 de junho, 160 empresas chegaram a cancelar anúncios no Facebook.

Os resultados – e o que isso significa

Como resultado dessa campanha, o Facebook perdeu US$ 56 bilhões em valores de ações na bolsa, em uma queda que representa 8%. Apesar de reticentes, o Facebook e o Twitter vêm aumentando o cerco contra mensagens de ódio e símbolos que fomentam o racismo, incluindo postagens recentes do presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição Donald Trump.

Essa movimentação atípica mostra o quanto as marcas podem sofrer diante de um ambiente tóxico e polarizado. Um anúncio de qualquer natureza em rede social pode gerar brigas e trocas de ofensas nos espaços para comentários, gerando uma percepção negativa ao redor da marca. Além disso, o simples fato de os usuários estarem desgastados e raivosos faz com que reajam de forma ofensiva a um simples anúncio.

As grandes empresas, além de estarem movidas pelo desejo de um mundo diferente e livre de preconceitos, por exemplo, são especialmente movidas pelos resultados negativos de suas ações, que podem gerar menos apreço pelas marcas em longo prazo.

O que pode ser feito

Mesmo no caso das empresas menores – e menos afetadas pelas polarizações políticas em todo o mundo – existe um risco em anunciar para um público descrente e desesperançoso. Por isso, é importante estar atento aos comentários e à repercussão de determinadas campanhas.

Ainda assim, é possível reverter a situação ao promover um ambiente de paz e de harmonia por meio da linguagem da marca. Dependendo do produto ou serviço vendido pela sua empresa, é possível aproveitar as redes sociais para tentar reverter a situação, promovendo um ambiente de sentimentos positivos, tornando-se assim uma “ilha” em meio ao caos. Isso pode fazer com que a audiência valorize ainda mais a sua marca.

Da mesma forma, também é possível juntar-se ao coro de empresas voltadas à mesma luta, tomando alguma bandeira para si e utilizando a estrutura da empresa para fazer valer a missão da empresa, caso isso faça sentido dentro da sua proposta, conforme explicamos AQUI.