Dicas

Burnout e seus sintomas invisíveis

17/02/22

Funcionário ou empreendedor, na função de líder ou liderado: não existem cargos que estejam livres da síndrome de Burnout, doença que recebe cada vez mais atenção dos profissionais de saúde e das corporações. Chamado também de Síndrome do Esgotamento Profissional, o distúrbio pode atingir a muitas pessoas que nem a notam diretamente, já que ela possui alguns sintomas invisíveis e, muitas vezes, que se confundem com outros problemas.

Nos tempos atuais, é importante ressaltar que temos nossas vidas totalmente vinculadas ao trabalho, que acaba se tornando a maior parte daquilo que somos. Com isso, o sentimento de dependência das pessoas em relação à função econômica contribui ainda mais para evocar doenças relacionadas à saúde mental.

Não importa se você tem uma empresa (com poucos ou muitos funcionários) ou se é colaborador de uma equipe: é fundamental saber olhar para esses problemas.

Para melhorar a percepção sobre o assunto, é importante considerar alguns fatores.

Estresse no trabalho não está ligado ao volume

Você pode pensar que o Burnout só ocorre em profissionais que fazem muitas horas extras, ou que tiram poucas férias e dias de folga. Embora o excesso de trabalho esteja fortemente vinculado a essa característica, trata-se de um problema que pode estar ligado ao excesso de responsabilidade, seja pela pressão de atingir metas, ou de simplesmente “não poder errar” (algo comum em profissionais de saúde, por exemplo). Comandar equipes grandes e depender de muitos fatores externos são questões que também podem levar alguém a enfrentar esse problema.

Minimização dos problemas mentais

O Burnout é uma doença do âmbito psicológico, com sintomas sobre os quais falaremos logo a seguir. Antes de tratar deles, no entanto, é fundamental refletir sobre como nossa sociedade desvaloriza as doenças mentais. Se alguém tem sintomas de gripe ou sofre um acidente, geralmente procura o atendimento médico mais rápido possível. Enquanto isso, o cansaço e a tristeza, ou a insegurança e o desânimo são tidos como “frescura”, “nada demais” ou “falta de vergonha na cara”.

A verdade é que não são. Sintomas relacionados à saúde mental são tão importantes de tratar quanto os sintomas físicos.

Então, quais os sintomas da síndrome de Burnout?

Os problemas no corpo e na mente

Pessoas que se veem diante de um trabalho intenso e exigente costumam apresentar sintomas de fadiga e cansaço que, a princípio, parecem normais (daqueles que um fim de semana na praia pode solucionar). Geralmente, eles começam leves e não acendem luzes de alerta. Quando percebemos, estamos com quadros que refletem o desgaste do trabalho. Dores de cabeça constantes, dores musculares na região dos braços, pescoço e costas, cansaço mental e desânimo em relação a fatores da vida pessoal são muito comuns.

Outros sintomas do Burnout costumam aparecer na necessidade de consumir bebida alcoólica (ou outras drogas, lícitas ou ilícitas) para relaxar, dificuldade de concentração, irritabilidade e sentimentos de ansiedade e depressão.

Os sintomas, como podemos ver, não são muito diferentes de quadros de depressão ou ansiedade. Embora as duas doenças possam estar relacionadas, o profissional de saúde faz o diagnóstico conforme o entendimento de que a fonte dos sintomas está no trabalho.

Soluções em casa ou na empresa

Com o aumento do trabalho em formato home office, a síndrome de Burnout ganhou novos contornos: entrou na casa das pessoas e passou a depender de estratégias dos trabalhadores em saber separar o horário de trabalho dos momentos de lazer e afazeres domésticos.

Não importa o local onde o trabalho de uma empresa é realizado: as equipes precisam tomar atitudes para evitar a chegada ou proliferação desta doença.

Algumas medidas que podem contribuir para que os funcionários não tenham Burnout estão ligadas ao modelo de trabalho: evitar pressões exageradas sobre metas e objetivos certamente contribui. Estimular o bom relacionamento entre os membros da equipe também é outro fator importante, já que o ambiente positivo e leve evita muito o estresse.

Se você é aquela pessoa que manda mensagens urgentes por Whatsapp às quatro da manhã, ou se tem alguém que faz isso na equipe, é fundamental desestimular a prática, deixando para responder as mensagens no horário de expediente. Utilizar números de celular específicos para o trabalho, separando-os do número pessoal, é outra medida que pode contribuir com a qualidade de vida dos colaboradores!

Aos empreendedores ou líderes, é fundamental saber delegar funções e confiar na equipe para a realização do trabalho. Assim, com bons profissionais no time, é possível evitar a pressão toda em uma só pessoa, contribuindo para que ela tenha mais qualidade de vida.