O interesse em Marketing Político costuma ganhar muito mais atenção em período de campanha eleitoral. Com isso, surgem dúvidas e questionamentos a respeito do assunto: como lidar com ele? Devo trabalhar com partidos e candidatos? É coisa de gente corrupta?
Infelizmente, também há muito preconceito relacionado ao Marketing Político, especialmente porque nossa sociedade tende a enxergar toda a prática na política como imoral. Isso é compreensível, mas o fato é que o trabalho no marketing político é fundamental para que se crie uma ponte entre as propostas e ideias dos candidatos e seus eleitores, facilitando assim justamente um dos pilares da nossa sociedade: a democracia.
Embora este texto seja mais focado no marketing político durante os períodos de campanha eleitoral, o fato é que o termo se refere a algo mais amplo. Instituições governamentais e partidos se baseiam no marketing político para manter sua comunicação em longo prazo ou participar de campanhas, por exemplo. Mesmo assim, o fato é que muito dessa área se evidencia em período eleitoral.
Na hora de criar o logo de um candidato, cria-se também toda sua identidade visual. Chamada de “key visual”, essa identidade engloba tudo o que compõe a marca do candidato. A diferença está no fato de que uma campanha geralmente não tem tempo de adequação, como geralmente ocorre quando uma empresa cria sua identidade.
No marketing político, portanto, é necessário criar uma identidade e trabalhar com ela de forma intensa logo no começo. Desta forma, a equipe deve criar uma identidade visual que simbolize aquele candidato, preferencialmente com uma pesquisa prévia que ajude a entender com quem estamos falando, de forma a conectar o candidato com seu público.
Devido a esse processo acelerado, a marca de um candidato precisa ser mais assertiva.
Se as campanhas políticas são cada vez mais realizadas por meio das redes sociais, além da presença nas ruas como ainda muito intrínseca às eleições municipais, o fato é que não se pode abrir mão de um site. Um endereço próprio na internet é o cartão de visita de um candidato, e deve sintetizar um pouco de tudo dele, para que o eleitor consiga absorver todas as informações necessárias.
O site de um candidato a qualquer cargo precisa ter todas as ideias e propostas de forma concisa, clara e didática. É isso que fará com que ele tenha o DNA do candidato. Além disso, o site permitirá que as informações sejam encontradas facilmente em uma pesquisa no Google. Posicionar-se bem no ranking do serviço de buscas garantirá mais visitas e, por consequência, provavelmente mais eleitores.
Duas características fundamentais do site de um candidato, nos dias de hoje, são o contato direto e uma página de notícias. O contato direto é importante como forma de criar um canal entre a figura política e o povo/eleitor: mesmo com as redes sociais, é importante ter um painel de comentários, um e-mail que permita às pessoas terem respostas para seus questionamentos, ou até mesmo uma caixa de bate-papo na página.
Já a página de notícias é importante para compilar as novidades referentes ao candidato e, principalmente, funcionar como um espaço de “Fato ou Fake”, visando desmentir eventuais notícias falsas que podem circular pela internet – e que infelizmente vêm se tornando cada vez mais comuns.
É claro que uma empresa de marketing vai atender a diversos políticos de partidos diferentes. Trata-se de uma empresa atendendo a um cliente, o que se diferencia dos militantes partidários, por exemplo. No entanto, é preciso sempre se lembrar que, ao trabalhar com marketing político, uma empresa não deixa de vender a imagem de uma pessoa que se propõe a ser gestora pública.
Portanto, as empresas que trabalham diretamente para os candidatos precisam saber claramente para quem estão trabalhando. É importante que os profissionais de marketing político saibam quais são as propostas do candidato. As conversas iniciais com o cliente devem ser focadas em entender quais são as visões políticas para então conseguir vender aquela visão de mundo com mais precisão. Desta forma, é impossível separar o trabalho da moralidade, porque a partir do momento em que você precisa convencer pessoas a votar e acreditar em uma pessoa, você também precisa acreditar nela.
O maior limite para atender ou não um candidato ou partido é saber qual a sua própria posição. É claro que haverá partidos e propostas com opiniões divergentes, mas a empresa de marketing político precisa acreditar que seu cliente é a melhor opção.
A ISSOaí Design acredita em um mercado com amplas oportunidades e numa economia criativa que traga novas ideias para um mundo mais justo. Isso significa que ela concorda com propostas mais progressistas, e atende candidatos que tenham algum alinhamento com essas ideias.
Parece contraditório, mas não é: a empresa de marketing político precisa acreditar em quem está promovendo, mas é importante que não seja formada por militantes de um partido ou defensores de uma causa política, afiliados ao candidato.
Nos partidários, a proximidade com a candidatura pode impedir de olhar os pontos fracos a serem corrigidos: é nesse ponto que a empresa de marketing precisar ter um olhar de mais distanciamento. Portanto, deve-se ter um norte daquilo que se defende e uma moral a ser seguida, mas isso não significa ter uma proximidade política a ponto de não enxergar as vantagens.
Uma das campanhas que mudou os rumos do marketing político foi a campanha presidencial de 2008 do então candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama. Simbolizada pelo slogan “Yes, We Can”, a campanha mudou a forma de se fazer identidade visual e design. A maneira como um vídeo musical foi viralizado e a combinação da logomarca com o apelo inédito com os jovens nas redes sociais são características que seriam usadas por candidatos ao redor do mundo. Isso aconteceu porque o design é um instrumento de conexão e eles souberam usá-lo muito bem.
Ao criar um logo e uma identidade visual, deve-se aproveitar as características da candidatura. Designs mais retos e formais são mais conservadores, enquanto um layout com mais curvas ou círculos traz uma certa modernidade. As cores precisam ser usadas com cuidado: o vermelho, por exemplo, mostra paixão, mas também remete à violência, por isso o designer precisa saber empregar bem as diferentes cores, e muitas vezes precisa aproveitar as cores do partido, que já são postas.
Essas escolhas são imprescindíveis, porque com a rápida comunicação de uma campanha eleitoral, é preciso que o eleitor sinta o que o candidato é ao bater o olho, sem necessidade de uma comunicação linguística, e essas características são passadas pelas cores e fontes.
Um dos principais mandamentos do marketing digital é saber com quem falar na hora de fazer anúncios. E agora, com as campanhas políticas cada vez mais presentes nas redes sociais (especialmente quando não se pode aglomerar), a presença nas redes sociais se faz ainda mais importante. Por isso, reflita sobre os temas e as pessoas que você deseja atingir: uma proposta de reforma administrativa, por exemplo, pode funcionar mais para o empresariado, enquanto um conteúdo sobre creches e escolas provavelmente terá mais aceitação de mulheres que sejam mães.
Fazer conteúdo em forma de vídeo é importante para explicar um assunto, e ainda tornar tudo mais humano, acessível e próximo. É por meio do vídeo que conseguimos mostrar melhor uma ideia e sintetizar tudo, especialmente porque o tempo de leitura é mais lento e as pessoas tendem a não ler um texto inteiro. O vídeo precisa ser didático. Ele será responsável por conectar o candidato com o eleitor.
E campanhas são momentos de conexão entre pessoas.
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