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10 tendências de consumo cruciais para 2013

05/02/13

Conheça o fast-food financiado pela clientela, aplicativos com receitas médicas e o mergulho dos consumidores em produtos e serviços antes do lançamento

2013 promete ser o ano ideal para aproveitar certas necessidades e oportunidades. Algumas economias continuarão (quase) ok, outras permanecerão na corda bamba. Mas independentemente do mercado ou indústria onde você atua, aqueles que conseguirem suprir desejos, necessidades e expectativas em constante transformação de seus consumidores terão sempre mais chances de lucrar.

Uma economia mundial remapeada, novas tecnologias (ou “velhas” tecnologias aplicadas de maneiras novas) e novos modelos de negócio estão no horizonte. Por isso mesmo, queremos oferecer esta visão panorâmica sobre as 10 principais tendências de consumo (em ordem randômica) para que você possa aplicá-las nos próximos 12 meses.

1 – Consumidores investem nas marcas

Os “presumers” gostam de se envolver, alavancar, financiar e promover produtos e serviços antes que eles existam. Graças a novas plataformas de crowdfunding e tecnologias de manufatura cada dia mais acessíveis (e um crescente culto global ao empreendedorismo em geral), os próximos 12 meses irão suprir os desejos destes consumidores.

Já os “custowners” são consumidores que deixam de lado o consumo passivo de produtos e passam a financiar e investir (quando não comprando parte) de suas marcas preferidas. Em busca de retorno financeiro e emocional, eles se associam apenas a marcas que são acessíveis, amigáveis, honestas, confiáveis, transparentes e de alguma forma humanas.

ZAOZAO: Lançada em setembro de 2012, a marca ZAOZAO de Hong Kong se auto intitula “O seu pretailer social”. A nova plataforma online permite que designers de moda possam pré-lançar os seus produtos e assim angariar fundos para a produção através da comunidade do site ou amantes crowdfunders da moda.

Brikstarter: Lançado em novembro de 2012, Brikstarter nasceu junto com a edição inglesa da plataforma Kickstarter e se oferece a ajudar pessoas a desenvolver projetos a serem financiados no Kickstarter. A empresa produz CAD designs, modelos de impressão 3D, vídeos promocionais e até ajuda a selecionar fornecedores caso o projeto adquira os fundos necessários.

Leon Bonds: Em Julho de 2012 a cadeia inglesa de fast-food saudável Leon criou Leon Bonds. O projeto visava angariar 1,5 milhão de libras através de seus clientes (ao invés de investidores corporativos) para ajudar a expansão da marca em novos locais. Investidores receberam o pagamento dos juros em libras £eon (créditos para gastar no restaurante).

Fundable: Fundable é uma plataforma de equity crowdfunding norte-americana para startups com o objetivo de usufruir da legislação JOBS Act nos EUA . Até o momento, startups em Fundable já ofereceram “recompensas”, como produtos ou experiências, para os seus investidores.

Barclaycard Ring: Se você ainda não esta pronto para abrir o seu negócio para investidores, mas ainda assim quer oferecer benefícios dignos de sócios aos seus consumidores, aprenda com o projeto Barclaycard Ring MasterCard, um cartão de crédito “social” desenhado e desenvolvido através de crowdsourcing. Membros de uma comunidade virtual podem sugerir e votar decisões que podem afetar como o projeto é desenvolvido e apresentado. Todos os membros da comunidade têm participação no lucro gerado.

2 – De emergentes para emergentes

Enquanto nas duas últimas décadas mercados desenvolvidos atendiam às necessidades de países emergentes, e mercados emergentes satisfaziam o desejo de países desenvolvidos; o que podemos esperar agora é uma explosão de produtos e serviços de mercados emergentes para mercados emergentes.  Exemplo: todas as marcas brasileiras e chinesas que já atendem a classe média na Turquia, Índia ou África do Sul.

Os números são interessantes: em 2013, o PIB de mercados emergentes irá ultrapassar o de mercados desenvolvidos pela primeira vez (de acordo com a metodologia Purchasing Power Parity). São 44,2 trilhões de dólares versus 42,7 trilhões. Na verdade, podemos esperar que as próximas potências de mercado de massa virão de fato de mercados emergentes. Veja alguns cases:

WeChat: WeChat, da empresa Tencent é um serviço de mensagens de voz, texto e foto que trocou o seu anterior nome “Weixin” para ter maior apelo global. Depois de incluir português (de olho no mercado brasileiro) e a língua indonésia, em setembro de 2012 o serviço passou a incluir hindu. Recentemente superou os 200 milhões de usuários no mundo todo.

Peak Games: A empresa turca Peak Games é hoje a terceira maior plataforma de social gaming do mundo, com 30 milhões de usuários mensais ativos na Turquia, Oriente Médio e norte da África. A empresa viu a sua receita do primeiro quarto de 2012 aumentar 10 vezes comparado com o mesmo período em 2011.

Amazonas Sandals: Em outubro de 2012, a marca brasileira Amazonas Sandals anunciou planos de abrir uma loja em Guangzhou, na China, no início de 2013. Amazonas Sandals usa matéria-prima bruta de árvores seringueiras do Brasil, e a borracha de suas sandálias são feitas com 80% de material reciclado.

Lenovo: Em outubro de 2012, Lenovo começou a vender uma linha de smartphones na Indonésia; desde tops de linha como K860 com câmera de 8 megapixels e 8GB de memória até aparelhos mais acessíveis. O fabricante também anunciou que iria lançar um smartphone para o mercado indiano até março de 2013, procurando consolidar a sua posição como a segunda maior fabricante de smartphones na China.

Compumax: Compumax lançou o primeiro tablet colombiano inteiramente desenhado e produzido em Bogotá. O BluePad tem uma tela de 7 polegadas, opera em sistema Android 4.0 e possui um drive SSD de 4GB – expansível para 32GB via Micro SD. O produto, que se consagrou como o mais acessível no mercado, custa USD 214 e também podem ser comprado na Venezuela e Equador.

3 – A explosão de momentos móveis

Para quem se pergunta quais serão os próximos passos do “mobile”, um insight comportamental já nos dá muitas dicas: em 2013, consumidores usarão os seus aparelhos celulares para maximizar absolutamente cada momento. As vidas urbanas buscarão espaço para incluir mais conteúdo, conectar-se, consumir ou simplesmente buscar mais diversão.

Isso significa que os próximos 12 meses verão uma explosão de “mobile moments”: produtos, serviços e experiências que permitam aos consumidores adotar naturalmente um estilode vida multi-hiper-tasking.

Uma pesquisa com adultos usuários de smartphones dos EUA, descobriu que 63% dos entrevistados do sexo feminino e 73% dos entrevistados do sexo masculino não passam mais de uma hora sem checar o seu telefone. Já outro estudo acadêmico sobre usuários da plataforma Android, revelou que mesmo checando os celulares aproximadamente uma hora por dia, o tempo médio de visita aos aplicativos é de um pouco mais de um minuto. Confira os exemplos a seguir e inspire-se com novos serviços on-the-go:

Projekt Ingeborg: Em julho de 2012 vimos a inauguração do Projekt Ingeborg, na cidade de Klagenfurt. O projeto oferece uma biblioteca virtual através de QR codes espalhados ao redor da cidade. Apesar de não possuírem uma biblioteca pública, os moradores podiam ter acesso à literatura clássica através dos adesivos amarelos espalhados em lugares como pontos de ônibus.

Jana: Jana permite que usuários de telefones celulares em países em desenvolvimento participem de pesquisas de mercado através de SMS em troca de prêmios, como minutos para ligação. Como resultado de sua parceria com operadoras de telefonia celular, hoje o serviço atende quase 3,5 bilhões de pessoas em mais de 100 países.

Snapchat: Snapchat é um aplicativo que permite compartilhamento de imagens que só podem ser vistas por alguns segundos antes de serem “auto-destruídas”. Os desenvolvedores anunciaram em outubro de 2012 que o serviço já estava processando 20 milhões de imagens por dia.

WeChat: WeChat o aplicativo de mensagens global com uma série de recursos que permitem que usuários conversem com estranhos randomicamente. A função “Remote Shake” conecta dois usuários ao acaso, que devem sacudir os seus telefones ao mesmo tempo, enquanto “Drift Bottle” permite que usuários enviem mensagens em garrafas virtuais “mar adentro” para serem recolhidas (e lidas) por qualquer um.

Pogoseat: Pogoseat é um aplicativo que permite que a audiência de eventos esportivos identifique e compre os melhores assentos disponíveis in loco, usando os seus smartphones. O aplicativo identifica os melhores lugares, recebe os dados de pagamento e libera a compra.

Peapod: Aproveitando o fenômeno em constante difusão da aplicação de QR codes no varejo, a empresa online norte-americana Peapod.com anunciou em outubro de 2012 o lançamento de mais de 100 “lojas virtuais” nas maiores estações de trem de Nova York, Washington, D.C. e Chicago. Enquanto isso, lojas de QR codes continuam surgindo. Só uma de muitas: a rede de supermercados mexicana do Walmart, Superama já disponibiliza quiosques com QR codes em alguns shoppings na Cidade do México.

4 – Vida interior

Com ou sem recessão, em longo prazo, uma das missões principais de marcas será manter atividades ecologicamente sustentáveis. Esta, então, é apenas uma pequena amostra e sinal dos tempos de uma mini-eco-tendência para 2013: o fenômeno de produtos e serviços que possuem uma vida por dentro. Literalmente. Ao invés de serem descartados ou reciclados (por outras pessoas), eles podem ser plantados e cultivados. Imaginem quanto eco-status e eco-histórias desse tipo.

É claro que estes produtos não irão resolver os maiores desafios de sustentabilidade no mundo. Mas mais do que nunca, haverá um grande valor simbólico em criar o novo, uma vida através de um produto de consumo. Até mesmo declarações simbólicas ou divertidas, sobre os seus valores farão ruído entre os seus consumidores.

To Be Nature’ Chopstick: O designer coreano Gyeongwan Koo criou o ‘To Be Nature Chopstick’ como uma maneira alterativa de reutilizar os pauzinhos japoneses descartáveis. Após o uso, coloca-se os palitos na terra, onde uma semente germina o solo e de lá cresce uma planta. Um de cada par de palitinhos possui uma cápsula transparente na ponta com a semente, e o outro pode servir como suporte para o crescimento das folhas e galhos.

Sprout: Sprout é um lápis que quer ser uma planta quando crescer. Assim que fica pequeno demais para ser usado ele pode ser plantado: uma cápsula com uma semente no topo do lápis é dissolvida com contato com a água, permitindo que a semente germine e cresça. O projeto arrecadou mais de 35.000 de dólares mais de 2.000 investidores “presumers” quando o “funding” foi encerrado em setembro de 2012.

Tierra Patagonia Hotel & Spa: O chileno Tierra Patagonia Hotel & Spa lançou uma iniciativa para dar a cada um de seus clientes sementes de árvores rastreáveis virtualmente. Cada hóspede recebe um código e pode escolher em que parte da área protegida deseja que sua árvore seja plantada. Uma vez no solo, os hóspedes recebem um link geo-localizado do Google Maps com a localização da sua árvore.

Molson Canadian: Como parte do projeto de reflorestação Red Leaf Project da marca de cerveja Molson Canadian, a empresa lançou porta-copos feitos de papel-semente que quando plantados podem se transformar em árvores. Desde junho de 2012, um milhão de porta-copos já foram distribuídos em bares e locais especializados.

5 – Tecnologias digitais são a nova medicina

Médicos passam a recorrer a aplicativos e outros serviços para melhorar os resultados de tratamentos. Além de já ser possível encontrar mais de 13 mil aplicativos de saúde disponíveis na app store da Apple, o que mais importa agora é encontrar o melhor deles – os mais precisos e seguros “appscriptions”.

Os consumidores se voltarão para profissionais e instituições médicas para pedir conselhos sobre essas novas tecnologias e aplicativos médicos. Será esperado que os profissionais receitem os melhores apps (assim como remédios) como parte de tratamentos. Além disso, para provedores de saúde, estes “remédios digitais” prometem reduzir custos tornando o consumidor mais consciente sobre a sua saúde, melhorando resultados, e permitindo o monitoramento remoto e a captação de sinais antecipados.

mRX: Happtique (uma subsidiária do Greater New York Hospital Association) é uma loja de aplicativos médicos desenvolvida por e para profissionais da medicina. Em agosto de 2012, Happtique lançou um programa piloto para um app de receitas eletrônicas. O mRx permite que médicos façam prescrições de aplicativos certificados para pacientes e então rastreiem quais pacientes fizeram o download ou mandem alertas para aqueles que ainda não tem o app.

App Antibiotics Reminder: Em junho de 2012 o fundo do governo australiano “National Prescribing Service”, lançou o Antibiotics Reminder. O aplicativo gratuito permite que pacientes criem alertas para lembrá-los de tomar a sua medicação, rastrear quando foi tomada e manter um diário de monitoramento do progresso. O objetivo é ajudar usuários a tomar os seus antibióticos corretamente e também tirar o melhor proveito dos remédios.

Proteus Digital Health: Em julho de 2012, o Food and Drug Administration nos EUA concedeu uma autorização de venda para Proteus Digital Health, o sensor ingerível que controla se pacientes estão ou não tomando os seus remédios. O sensor é ativado (e carregado) através do fluido estomacal, e as informações sobre a saúde do paciente são analisadas através de um aplicativo de smartphone que alerta se o medicamento não for ingerido no período determinado.

6 – Ostentando as culturas que estão na moda

Em 2013, o capital cultural global continuará a ser alterado tão dinamicamente quanto o seu equivalente financeiro. Um resultado? Mercados emergentes exportarão orgulhosamente e inclusive farão questão de disseminar sua cultura e história nos próximos 12 meses. Símbolos, estilos de vida e tradições que antes eram menosprezadas (quando não negadas) serão fonte de orgulho para consumidores locais, e objeto de interesse para consumidores globais….

Caso você não faça parte de uma “celebration nation”, talvez essa seja a hora certa de criar parcerias locais com marcas inovadoras de mercados emergentes e trazer parte desse mundo para o seu negócio.

NE-TIGER: A primeira marca de moda de luxo chinesa, NE-TIGER, é conhecida pelos seus designs étnicos inspirados em uma mistura oriente/ocidente. Em setembro de 2012 o criador da marca, Zhang Zhifeng fez um discurso entitulado “Da China para o Mundo”, antes de apresentar a sua última coleção de alta costura “Huafu” em Milão, na Itália.

House of Masaba: House of Masaba da marca de moda de luxo Masaba Gupta baseada em Mumbai, reinventou o tradicional saree indiano com estampas peculiares e modernas como estampas de pop art, voltadas para um público de jovens consumidoras. Lançado na primavera de 2012, o saree preto e branco com impressão de uma câmera fotográfica foi adotado por inúmeras celebridades indianas, assim como as estampas de vaca. Preços variam de 8.000 a 10.000 rúpias.

Studio Tsimáni: Em abril de 2012 o Studio Tsimáni foi convidado a fazer parte da iniciativa Destination Mexico organizada pela loja de design do MoMA em Nova York. O estúdio inspira-se na cultura mexicana tradicional para criar mobiliário contemporâneo e produtos que personifiquem a identidade do país.

tvN: Lançado em julho de 2012, a segunda temporada de K-Pop Star Hunt do canal tbN pretende encontrar a próxima grande estrela K-Pop na Ásia. A caçada está sendo realizada em oito países asiáticos, incluindo a Coréia do Sul, Japão, Malásia, Vietnã e Tailândia. A música coreana é, naturalmente, um fenômeno global hoje em dia, especialmente após o hit ‘Gangnam Style’ do PSY (que não deixa de zombar das estrelas do K-Pop).

Sulwhasoo: Há algum tempo os iniciados no mundo da beleza já celebravam marcas coreanas de produtos estéticos, mas podemos esperar um grande crescimento desse movimento nos próximos 12 meses. Apenas um exemplo: em outubro de 2012, os consumidores das lojas Neiman Marcus, em San Francisco puderam comprar a marca coreana de beleza Sulwhasoo. Conhecida pelo design de suas embalagens inspirados na cerâmica clássica coreana, os seus produtos usam ervas medicinais como ginseng e raiz de peônia branca.

Sol de Janeiro: A marca de produtos de beleza Sol de Janeiro, (que celebra a cultura icônica da praia brasileira) está sendo vendida nas lojas Sephora dos EUA. A marca usa ingredientes tradicionais como grãos de café verde (que previnem radicais livres de prejudicar células da pele) e antioxidantes de extratos de açaí.

Osklen: A marca de roupas de luxo brasileira Osklen revelou sua coleção primavera/verão 2013 na Semana de Moda de Nova York em setembro deste ano. O fundador da marca e diretor criativo disse que o estilo da coleção é “a alma brasileira encontra o sonho californiano… só que moderno.” Hoje a marca possui 62 lojas no Brasil e já pode ser comprada em lojas dos EUA, Japão e Itália, além de outros.

7 – Consumidores querem ‘bons’ dados, não ‘muitos’ dados

Se dados são uma nova espécie de recurso, em 2013 podemos esperar que consumidores comecem a exigir o valor de sua fatia. Até os dias de hoje, as discussões ao redor da “big data” (abundância de informações) se resumiam ao uso de dados de consumidores a favor dos negócios. Em 2013, compradores perspicazes irão reverter essa lógica: eles esperam ter controle e fazer o melhor uso possível dos seus próprios dados, e procurar marcas que usem esta informação proativamente para oferecer ajuda e conselhos sobre como melhorar o seu estilo de vida e/ou economizar dinheiro.

Um aviso: a fronteira entre marcas que oferecem serviços válidos (e idealmente quase invisíveis) e aquelas que sufocam consumidores com ofertas agressivas de serviços assustadores é uma linha muito tênue. Sim, compradores gostam de se sentir servidos, mas não querem se sentir observados.

Movenbank: Lançado em outubro de 2012, Movenbank foi criada com o objetivo de oferecer uma plataforma de serviços financeiros que ajude seus usuários a melhorar a sua relação com suas economias e os recompense sempre que for o caso. O serviço é baseado em um sistema de pontuação que é impulsionado por gastos e economias de todos os participantes envolvidos (o que cria uma certa “influência social”). Usuários com maior pontuação são beneficiados com descontos nas tarifas e acesso a produtos adicionais.

Cignifi: A norte-americana Cignifi desenvolve soluções tecnológicas para a análise de estatísticas relacionadas ao uso de dados em telefones celulares. Através de ligações, mensagens e recargas, a empresa consegue analisar o estilo de vida de determinado usuário e assim criar um perfil de risco de crédito. O serviço completou o seu piloto recentemente no Brasil e agora está pronto para acessar os dados da classe média brasileira de 100 milhões de pessoas, que atualmente têm acesso limitado a produtos de serviços financeiros.

Kroger: Em agosto de 2012 a rede de supermercados norte-americana Kroger passou a utilizar um esquema de descontos personalizados baseados nos dados dos cartões fidelidade de seus consumidores. Kroger comunicou que 70% dos compradores que receberam os descontos usaram pelo menos um deles.

Opower: Lançado em Abril de 2012 Opower é o resultado de uma colaboração entre Facebook, o Conselho de Defesa de Recursos Naturais, o software de análise de consumo de energia Opower e 16 empresas concessionárias nos EUA. Usuários podem conectar a sua conta de energia ao aplicativo e visualizar o seu consumo de energia durante todo o mês. O app também permite a comparação do uso geral de energia entre amigos e outras casas norte-americanas, além de incentivar competições e iniciativas para diminuir o desperdício de energia doméstica.

8 – Manufatura local é a nova economia de serviços

Em 2013, a manufatura voltará para casa, isto é, se “casa” significar um mercado desenvolvido. O que está por trás desta tendência: a tempestuosa busca de consumidores por “newism”, a expectativa de poder ter o produto certo na hora certa, preocupações com sustentabilidade e o desejo por “status stories”. Tudo isso combinado com a popularização de tecnologias de manufatura local, como impressão 3D ou objetos feitos sob medida.

Além disso, é claro, consumidores abraçando a causa serão muito bem-vindos por executivos preocupados com o aumento do custo da mão-de-obra chinesa e cadeias de abastecimento globais cada vez mais frágeis. Apenas uma estatística para alavancar esta discussão: quatro em cada cinco consumidores norte-americanos (76%) prestam atenção na frase “Fabricado nos EUA” em avisos ou etiquetas e estão mais dispostos a comprar estes produto.

Shapeways: Em outubro de 2012, a plataforma líder de impressoras 3D Shapeways – que oferece serviços de impressão 3D para a sua comunidade de designers e “presumers” – abriu a sua primeira Fábrica do Futuro na cidade de Long Island, em Nova York. Os 25 mil metros quadrados abrigarão 30 a 50 impressoras 3D e terão a capacidade de imprimir de 3 a 5 milhões de objetos anualmente.

Tesla Model S: Em junho de 2012 acompanhamos a entrega dos primeiros Tesla Model S, produzidos em Fremont, na Califórnia. O carro é alimentado através de uma bateria de lítio ionizada e vai de 0 a 100 km/h em 4.5 segundos, proporcionando uma experiência de alto desempenho. O Model S também possui um painel touchscreen com acesso wireless à internet (que inclusive pode ser sincronizado com vários smartphones), permitindo que os usuários controlem sistemas de navegação, música e temperatura.

Hiut Denim: Em setembro de 2012, a empresa Hiut Denim lançou o seu primeiro lote de jeans direto de sua fábrica em Cardigan, no País de Gales. A startup britânica tem como objetivo trazer o trabalho da manufatura de volta à cidade, que perdeu o seu único grande cliente quando a última fábrica de jeans foi fechada há quase uma década. Os jeans são acompanhados de um “History Tag”, aplicativo que permite que consumidores vejam imagens dos seus jeans sendo produzidos.

Google Nexus Q: Em junho de 2012, o Google lançou o aparelho de “home media-streaming”, Nexus Q. O seu sistema wireless vinha com a seguinte inscrição desenhada a laser: “Projetado e produzido nos EUA”. A base de metal do Nexus Q é produzida no centro-oeste do país, os componentes de plástico são feitos na Califórnia e o aparelho é montado a poucos quilómetros dos escritórios do Google em Montain View, Califórnia.

9 – Não apenas transparentes, mas nus e orgulhosos

Marcas devem passar de ‘não ter nada a esconder’, à provar –  e mostrar – proativamente que não têm nada mesmo a esconder. Isso significa mais do que apenas fazer declarações grandiosas sobre “valores” e “cultura”, mas assumir uma posição clara e direta com resultados concretos.

Não, nem todos os consumidores são tão exigentes assim. Porém conforme a ideia de transparência se consolida como um fator higiênico, mesmo aqueles que não fazem questão esperam que marcas mostrem as suas credenciais éticas e ambientais para aqueles que realmente se preocupam com isso. A porcentagem de consumidores globais que confiam em negócios que fazem “a coisa certa” caiu de 56% em 2011 para 53% em 2012.

Embora a maior parte dos exemplos que se seguem estarem relacionados à alimentação, a mensagem é clara… Apenas marcas que confiam em seu produto (e nelas mesmas) serão capazes de assumir o “full frontal”.

McDonald’s: Em setembro de 2012, o McDonald’s começou a divulgar informações calóricas de seus lanches nos menus dos seus restaurantes e nas janelas dos drive-thru nos EUA. Ao mesmo tempo, a marca deu início à campanha “Favoritos abaixo de 400 calorias” para promover lanches leves como o sanduíche Mac Fish e o Egg McMuffin.

Natura: A marca brasileira de cosméticos eco-friendly Natura oferece uma lista completa de todos os seus objetivos socioambientais em seu relatório anual. No final do ano passado, objetivos como a redução de consumo de água, tempo de treinamento de funcionários e a diminuição de resíduos sólidos foram categorizados como “Não alcançados”, e ajustados para a lista de 20.

Yi Mu Tian: De olho nas preocupações dos consumidores chineses com segurança alimentar, a fazenda orgânica Yi Mu Tian utiliza um sistema de rastreamento digital dos alimentos. A fazenda high-tech, que usa computadores para regulagem de temperatura, iluminação e irrigação, opera um sistema de códigos que permite que consumidores vejam o trajeto de seus alimentos desde o solo, inclusive podendo acompanha-los via câmeras.

Kimitachi: Em setembro de 2012, o restaurante japonês Kimitachi abriu uma franquia em Curitiba, Brasil, após o seu piloto bem sucedido em Florianópolis. Pedidos de entrega podem ser acompanhados por câmeras através de um sistema de vídeo instalado na cozinha do restaurante. O sistema foi criado para “humanizar a entrega de sushi” e oferecer mais transparência e confiança aos seus clientes.

10 – Marcas exigentes

Espere observar uma mudança ousada na relação entre marcas responsáveis e ambiciosas e seus clientes em 2013. Marcas conectadas que já embarcaram na busca por um futuro mais sustentável e socialmente responsável irão exigir que seus consumidores também contribuam, ganhando assim o respeito até dos mais exigentes.

Por outro lado, consumidores não tomarão partido de marcas a não ser que realmente acreditem na causa. Portanto, ao se posicionar como uma “demanding brand”, tenha certeza de que você é 100% transparente e sincero, senão só resta continuar sendo uma “servile brand”

Um aviso: ser exigente temporariamente apenas para chamar a atenção de seus consumidores é diferente de fazer exigências fundamentadas e de forma frequente. Bom, ninguém disse que seria fácil. Marcas conectadas que já embarcaram na busca por um futuro mais sustentável e socialmente responsável irão exigir que seus consumidores também contribuam, ganhando assim o respeito até dos mais exigentes.

Vitória: Para promover a sua campanha de doação de sangue, o clube de futebol brasileiro Vitória revelou os novos uniformes de seus jogadores em julho de 2012. Apesar da camisa do time ser em tons de vermelho e preto, o novo uniforme era branco com listras pretas. Fãs de todo o país foram encorajados a doar sangue para que a cor vermelha voltasse às camisas. Durante o campeonato 2012/2013 as quatro listras se tornarão vermelhas uma de cada vez, conforme o banco de sangue alcançar cada meta de doações estipulada.

Tata Docomo: A Tata Docomo gerencia o ‘The Bloodline Club’, uma rede social de doação de sangue para participantes do mundo todo. Ao se registrar, usuários devem indicar o seu tipo sanguíneo. Em caso de alguma emergência, membros podem contatar Tata Docomo via Facebook e o clube enviará um aviso aos membros compatíveis.