Existe uma cidade há cerca de 7.000 km de Brasília, chamada Washington. Lá fica a Casa Branca, residência oficial do presidente dos Estados Unidos: Barack Obama – um negro.
Em um programa estadunidense chamado ‘60 minutos’, Morgan Freeman deu uma entrevista em 2005 e, em certo trecho, ele falou sobre racismo e sobre o mês da história negra (lá, eles têm um mês inteiro). O vídeo fez sucesso aqui no Brasil, incitando um debate: o racismo deve ser discutido?
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=tNEoIo3XMws
Basicamente, Freeman diz que a melhor formar de combater o racismo é não falando sobre ele. Se isso faz sentido lá? Difícil dizer. Mas a situação aqui, no Brasil, é bem diferente.
Segundo uma pesquisa da Unicef, é 2,6 vezes mais provável que um pobre negro morra no Brasil que um branco. Temos pouquíssimos senadores, deputados, prefeitos e governadores e nunca tivemos um presidente negro. A proporção de negros nas classes baixas é imensamente maior que entre os ricos. E, o pior: todo mundo ouve, ouviu e ouvirá, algo do tipo “trabalho de preto”, “o macaquinho ali” ou “tinha que ser preto”. Mesmo assim, o assunto deve ser deixado de lado?
Os Estados Unidos já discutiram muito o tema: já tomaram providências, criaram leis, programas sociais e debates. Eles instauraram a mudança e, mesmo que não completamente, minimizaram o problema. O Brasil não.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PJCfoaaoITQ
Aqui, o problema é velado. Ninguém fala sobre ele. A impressão que existe é de que criaram, em algum momento da história brasileira, uma lei que pune racismo com até cinco anos de reclusão, e o assunto foi dado como encerrado – “problema resolvido”.
Mas o problema não foi resolvido.
Nós temos sim, a punição para o racismo. E é por isso que temos milhões de racistas enrustidos, que guardam sua real opinião para rodas de amigos ou almoços de família. Temos filhos que aprendem com o pai a chamar negro de macaco e a olhar torto para o amiguinho de pele escura – e aprendem, também, a camuflar esse pensamento “igual o papai faz”.
O racismo brasileiro é um gigante debaixo do tapete.
E como combatê-lo? Falando sobre isso. Precisamos dialogar muito sobre o tema, para poder esquecê-lo no futuro. Precisamos entender que combater o racismo é mais funcional que punir os racistas. Precisamos escrever sobre isso em blogs, revistas, jornais – trazer o assunto para as escolas, ruas e, principalmente, para a política. E aí sim, talvez daqui algumas décadas, poderemos virar essa página e não falar mais sobre o assunto – mas não hoje.
Fonte: http://comunicadores.info/
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