Durante as últimas décadas, enquanto eram crianças e adolescentes, eles jogaram Mario, Sonic, Mortal Kombat, Age of Empires e diversos outros games como forma de divertimento. Hoje, eles estão no mercado de trabalho e ocupando cargos importantes. Mesmo assim, continuam fãs de um bom jogo.
É o que prova a pesquisa do Institute for the Future apresentada pela designer de games Jane McGonigal no TED, que revela que cerca de um bilhão de pessoas passam três bilhões de horas jogando online a cada semana, sendo que a idade média desses jogadores é de 37 anos e 42% deles são mulheres.
Pois é, “eles” são seus clientes. E estão cansados de propagandas iguais, de ver produtos e serviços sendo apresentados dos mesmos jeitos. Por que, então, você não aproveita o fato de saber qual é um dos hobbies preferidos deles para inovar no seu mercado?
Gamification
“O principal fundamento do gamification é tornar as atividades mais divertidas ou menos chatas”, resume Juliano Akira Kimura, Diretor Executivo da Gaia Creative, empresa de Gestão do Conhecimento e Inovação.
Segundo ele, quando aplicadas em ações corporativas, as mecânicas de jogos ajudam a diminuir a taxa de rejeição, aumentar o tempo de permanência (quando feitas em sites), melhorar a produção, reduzir defeitos, motivar vendedores. Enfim, podem trazer resultados extremamente positivos.
Apesar da quantidade de ações usando essa “ferramenta” ainda não ser tão expressiva, já existem histórias que ilustram bem seu funcionamento.
Como funciona na prática
No ano passado, a rede americana de fast food Buffalo Wild Wings convidou seus clientes a postarem nas redes sociais fotos tiradas dentro de suas lojas (são 650 no país!) com fãs de times de basquete adversários aos seus. Cada foto valia pontos, que acumulados podiam ser trocados por prêmios.
Depois de três meses, os competidores que atingissem as maiores pontuações ganhavam ingressos para assistir a jogos das finais da NBA (liga de basquete americana) ao lado de astros do esporte.
Assim, a empresa despertou nos clientes a vontade de voltar às suas lojas com mais frequência (todos queriam o grande prêmio!) e, de quebra, gerou mídia espontânea cada vez que alguém fazia uma postagem participando da gincana.
Mecânicas
Se você gostou dessa ideia e quer pensar em algo semelhante para a sua empresa é importante lembrar que gamification não é um jogo em si, mas a mecânica de jogo aplicada. Entre as principais mecânicas de jogos, destacamos:
● Conquistas – Estabeleça metas e premie os clientes que as cumprirem. Um bom exemplo disso são as “badges” do Foursquare, que os usuários ganham cada vez que alcançam uma meta diferente.
● Combos e Bônus – “Uma fábrica produz 200 mil peças por hora e muitas saem com defeito. Desafiar os operários a fazer o maior número de peças consecutivas sem defeitos e prometer um bônus pode diminuir muito a quantidade de itens com defeito, melhorando a eficiência”, explica Kimuta.
● Nível – Um dos principais objetivos de qualquer jogo é avançar de nível. Aplicar essa mecânica em uma ação de gamification também é interessante. “Em operadoras de celular seria fácil implementar essa ideia, considerando cada número uma conta, ela poderia evoluir conforme o consumo. Cliente em níveis mais altos teriam acesso a recursos exclusivos e a benefícios”, sugere Kimura.
● Colaboração da comunidade – Não queira que seus clientes simplesmente divulguem seus produtos/serviços. Queira que eles se envolvam com a sua empresa. “Quem participa só ganha se outros usuários realmente aderirem à sua causa. Dessa forma, você cria verdadeiros advogados da marca, que venderão a ação em si e também o produto”, afirma.
● Compromisso – Os frequentadores de bares sabem que no dia “x”, às “x horas” tem happy hour com caipirinha em dobro. Por que não fazer o mesmo na sua ação? “Compromisso é agendamento de atividades. O usuário deve estar em uma determinada hora e local para ter acesso a algo que não está disponível em outros horários”, aponta Kimura. Assim, você cria uma relação mais forte com ele, aumentando as chances de conseguir fidelizá-lo.
Porém, você não precisa utilizar todas essas mecânicas para fazer de sua ação um sucesso. Basta ter uma boa ideia, pensar em quais mecânicas podem ajudá-lo a colocá-la em prática e preocupar-se com os mínimos detalhes durante a execução. Afinal, como conclui o especialista, “qualquer boa ideia pode ser um desastre se mal executada”.
Para saber mais
Quem também fala sobre os benefícios do gamification é o professor *Byron Reeves, da Universidade de Stanford (Estados Unidos). Segundo ele, que é autor do livro Total Engagement: Using Games and Virtual Worlds to Change The Way People Work and Businesses Compete, os jogos e a realidade virtual mudam o modo como as pessoas e organizações pensam e interagem.
Para ele, existem nove características que podem ser levadas do mundo dos games para o mundo empresarial. Saiba quais são elas nesta maéria: “Quais lições e resultados os games agregam à sua marca?”
*Byron Reeves estará no Brasil no dia 28 de março no Fórum HSM Gestão e Liderança 2012.
Clique aqui e saiba como participar do evento.
Fonte: Portal HSM
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