Diversidade na publicidade: por que investir?

Ainda é muito recente a notícia – e o debate acalorado – sobre a proibição de uma peça publicitária do Banco do Brasil por parte do próprio presidente da república.

Enquanto muitos questionam a relevância do ato ou debatem o significado de uma ação como a que foi impedida, é importante questionarmos:

Afinal, por que investir em diversidade na publicidade?

Cada vez mais, as pessoas querem se ver nas peças publicitárias. Até alguns anos atrás, a divulgação de produtos comuns a diversos grupos de pessoas não exigia muito da publicidade: bastava anunciar algo seguindo um padrão específico, que a ação publicitária conquistava o seu público abrangente.

Hoje, com a diversidade de produtos ofertados e a quantidade cada vez maior de marcas e opções a que as pessoas têm acesso, aumenta também a possibilidade de nichos de mercado. Com isso, as pessoas passam a querer se ver nas peças publicitárias. Segundo o professor Gustavo Nogueira, da Perestroika, as pessoas vem investindo cada vez mais em experiências no lugar de coisas, com o objetivo de se conectar com propósitos, causas e crenças. Ele contou isso a uma reportagem do Meio & Mensagem. Segundo ele, antes de serem usuários de produtos e serviços, as pessoas são pessoas. E elas querem não apenas se reconhecer, mas ocupar seus espaços de direito na sociedade e exercer seu lugar de fala.

Assim, é fundamental que as marcas observem os nichos que querem atingir e procurem conectar-se com eles respeitando a diversidade que neles existe. No caso da propaganda do banco que foi punida, o nicho era o de jovens, e o vídeo tratava esse público pensando nas mais diversas formas como eles se apresentam na sociedade.

Investir em diversidade na publicidade é uma forma de mostrar consonância com as transformações que o mundo vem sofrendo, mas mais do que isso: é deixar de lado o velho conceito de que os dados que importam para uma campanha de marketing são apenas idade, classe social e sexo do público-alvo. Na matéria já citada do Meio & Mensagem, o professor também destaca que “se você quiser fazer algo legítimo, não será falando da mesma forma com todo mundo”.

Afinal de contas, cada vez mais as pessoas compram de marcas porque se identificam com elas, e não apenas pelo preço.

Em artigo no site da Aberje, o consultor Ricardo Sales destaca que, “do mesmo modo que exigem coerência, os stakeholders cada vez mais esperam das empresas atitudes que demonstrem preocupação e responsabilidade com a sociedade (…)”. Ele também completa: “Aliar-se à luta contra os preconceitos e ajudar na promoção da inclusão no ambiente de trabalho são formas bastante efetivas de demonstrar compromisso com um mundo mais justo e igualitário. Como bônus, empresas que apostam neste tema são percebidas como mais engajadas (…). É vantagem para todos os envolvidos”.

Então, como garantir diversidade na publicidade da minha marca?

Uma das melhores formas é sendo verdadeiro. Inserir diversidade de forma a manter antigos estereótipos ou forçar elementos colados que não refletem a realidade de uma empresa pode ser um tiro no pé.

Outro fator importante é encontrar quais aspectos da diversidade humana serão explorados dentro da realidade do nicho. Seu produto ou serviço é para bebês? Nerds? Casais? E quais tipos de clientes não estão sendo contemplados com marcas que se identificam com eles?

Vamos a alguns exemplos:

Não é preciso pensar nesse assunto apenas em caso de ações publicitárias gigantes. O simples fato de utilizar pessoas diferentes para estarem nas imagens do seu blog e das suas redes sociais já é um passo.

Independentemente de posição política, a diversidade na publicidade é fundamental para que você fortaleça sua marca.