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Análise: o que pensar sobre a campanha Odete Roitman e Subway

13/10/25

Na última semana, uma campanha chamou atenção na TV, repercutindo nas redes sociais. Após a morte da personagem Odete Roitman (Débora Bloch) na novela Vale Tudo, a atriz apareceu em um comercial do Subway comendo um sanduíche de 30cm (com tamanho até um pouco exagerado para fins publicitários).

Sem falas ou qualquer redundância, a inserção comercial apenas mostrava a atriz, ainda como a personagem vilanesca, e tinha o seguinte texto: “Com um sub de 30, quem morre é a sua fome”.

Segundo o portal B9, trata-se de “timing publicitário cirúrgico” e “meta-humor”. Mesmo assim, ainda podemos refletir para além disso no que diz respeito a campanhas desse tipo que se aproveita da personagem Odete Roitman.

1- Trata-se de um acontecimento previsto:

Desde que o remake de Vale Tudo começou, já era sabido que o fim seria o mesmo da novela original: a vilã Odete Roitman seria assassinada e a novela chegaria ao fim com a famosa pergunta no ar: “quem matou Odete Roitman”? Ou seja, havia tempo para esta e outras marcas se prepararem e preverem o acontecimento.

2- Seria impossível prever o sucesso da novela

Até o meio da novela, Vale Tudo patinava nos índices de audiência. Se na reta final a produção da TV Globo virou um desses acontecimentos de grande repercussão, podemos imaginar que o Subway precisou arriscar quando fez o contrato. Trata-se, portanto, de um risco a ser tomado – e que, pelo jeito, valeu a pena.

3- Ousadia

Em tempos de atenção dividida, segunda tela e redução na capacidade de interpretação de texto e sutilezas, é ousado da parte da rede de fast food tentar chegar ao público em silencio, apenas com texto na tela. É ousado não repetir a informação de forma “gritada” na tela. Mesmo assim, a marca conseguiu um bom resultado, contrariando as tendências.

4- Valores altos, porém adaptáveis

Nem toda marca consegue colocar a atriz de maior evidência em um anúncio no horário mais caro da televisão. Isso não significa que uma marca não possa ser criativa na hora de usar tendências e efemérides em sua comunicação: é possível adaptar-se a diferentes situações e escopos!

5- Exercício de imaginação

Não é preciso esperar que algo faça sucesso para “embarcar” nele. Embora isso seja uma possibilidade para várias marcas, é possível realizar estratégias semelhantes com datas comemorativas ou festivais de música, por exemplo. Se já tem um festival marcado para ocorrer, um filme com promessa de sucesso, ou qualquer outro possível assunto a ganhar holofotes, é possível arriscar alguma campanha.

Nessas horas, o segredo é ser criativo!