Ao longo dos anos, agências e empresas vêm buscando a melhor forma de comunicar seus produtos aos consumidores no ponto de venda, com velocidade e qualidade, sem erros de informação. Há também um desafio maior, o de gerar empatia com as marcas, envolvendo e encantando o consumidor. A tecnologia, porém, sempre se mostrou restrita para entregar estes resultados, mas a realidade está mudando de forma vertiginosa.
Há pouco mais de um mês, pude ver minha mãe, de 77 anos, comprar um tablet e interagir tão rapidamente que percebi que o último baluarte da resistência havia caído. A tecnologia finalmente alcançou o ser humano, de forma amigável e gentil. Neste mundo novo, ela reaprendeu a ler, pois teve acesso à informação que sempre buscou em livros e enciclopédias. Mas como isso se reflete no ponto de venda?
Se antes o PDV se resumia a vitrine, display era estático, sendo apenas uma via de mão única, onde o consumidor atuava como receptor das informações, com a tecnologia o ambiente ganhou interatividade e movimento, criando novas experiências de compra para o consumidor e fazendo com que ele se identifique com a marca, com o produto e o serviço.
A era da interatividade no ponto de venda chegou. Os totens touch screen se proliferam em lojas de celulares, mostrando réplicas de produtos e emulando suas telas, aonde consumidores podem “sentir” o produto.
Outros funcionam como catálogos eletrônicos, como os da Samsung, expondo mais de 180 produtos em um espaço minúsculo em varejos como Fast Shop e FNAC, entregando informação rapidamente, sem o auxílio de ninguém, de forma intuitiva. Mais do que isso, o consumidor pode comparar produtos, ler suas especificações e tomar suas decisões de forma objetiva.
O trade precisa conhecer quais os produtos mais navegados? Sem problemas, o totem emite um relatório de navegação, identificando os best-sellers do mês ou da semana. Quer sugestão para uma festa, não sabe o que fazer? Pergunte ao totem multimídia da Diageo o que ele indica para um churrasco ou uma festa com amigos. No final, além da lista de compras, ele vai imprimir uma receita de um drink para você.
Estamos entrando no auto-serviço da informação, a ERA DA INTERATIVIDADE, aonde o consumidor tem ao alcance de suas mãos tudo o que precisa para decidir sua compra de forma correta. Não temos tempo, não temos paciência, assim, a tecnologia dos totens e tablets interativos vão tomando seu espaço no sentido de trazer a informação que o cliente QUER receber.
Muito em breve, todos os restaurantes terão em suas mesas um tablet, aonde o consumidor poderá ver o cardápio da mesma forma que faz hoje em seu equivalente de papel. O cliente poderá fazer o pedido diretamente na tela, enviando este comando para a cozinha e para o caixa, que já soma o valor a pagar. Por fim, terminado o ato da compra em si, este mesmo tablet poderá ter um joguinho, aonde as crianças e a família se divertem enquanto a comida não chega. Será a versão digital para a toalha de papel do McDonald’s, adequada ao século XXI.
Na recepção dos hotéis, a atividade do dia estará lá, presente em uma tela interativa sobre o balcão. O cliente poderá preencher uma pesquisa de satisfação no final de sua hospedagem. E se eu estiver comprando uma tintura para cabelo numa farmácia e não souber qual a melhor? Mais uma vez, um totem ou um tablet terão perguntas que você vai responder, para que ele lhe entregue um resultado ideal.
Basicamente, o céu é o limite e o universo incrivelmente amplo. Para conhecer melhor um carro, um tênis, um telefone, abre-se um novo caminho de duas mãos, aonde a experiência de compra é levada ao seu máximo, unindo o racional e o emocional, mas com informação de qualidade, garantida e replicada por estas plataformas de comunicação.
Os tablets profissionais são chamados de Retail Tablets, formados por telas mais resistentes, com vidro temperado, fundo emborrachado e furação VESA, permitindo fixação a displays e prateleiras. Internacionalmente, recebem o selo Commercial Grade, um indicativo de que resistem a ambientes inóspitos ou de alto tráfego. São produtos idealizados para o varejo.
Quando falamos na conquista do consumidor pelo olhar, onde recebemos mais de 85% das informações do mundo externo, da mesma forma temos uma revolução em curso. As tecnologias visuais modernas permitem induzir o consumo, ensinar o shopper, treinar vendedores e mostrar diferenciais, o que há até 10 anos era puro sonho.
A sinalização digital presente em aeroportos, supermercados, lojas de moda e lanchonetes já faz parte de nossa vida de forma efetiva. Painéis eletrônicos com horários de voos substituíram seus pares eletromecânicos, muito mais complexos e caros. Gôndolas de supermercado possuem telas promovendo produtos, no momento da decisão da compra, orientando o consumidor e alavancando vendas.
Lojas de moda veiculam seus desfiles e coleções, mostrando sapatos e bolsas, de uma maneira muito mais dinâmica e glamurosa. Cartazes e banners, que antes eram feitos em papel ou vinil, estão sendo gradativamente substituídos por telas com animações dinâmicas, melhorando a visibilidade e a atratividade. São os banners digitais.
Os conteúdos digitais são a essência deste novo ponto de venda. Eles enriquecem o PDV com videos, fotos e textos rápidos e eficazes, para que o consumidor reaja positivamente. Todo um novo conceito de design está sendo criado no mundo visual eletrônico, aonde o que se busca não é apenas a beleza, mas impacto e conversão de vendas. O que está em jogo é o faturamento e a eficiência da mensagem perante o consumidor. Não é um mercado para amadores.
Mas o salto tecnológico não para aí, há muito mais disponível. Os conteúdos podem ser alimentados remotamente, pela internet, através de uma única central de gerenciamento e distribuição. A grosso modo, qualquer empresa pode ter sua TV corporativa, com a vantagem de que o conteúdo pode ser individualizado em cada PDV.
Imagine as vitrines de uma loja de esportes ou DVDs, com uma tela gigante aonde as promoções do dia são veiculadas, tudo on-line. Podemos passar o que quisermos, aonde quisermos e quando quisermos. Para isso, basta ter energia e conectividade.
E o que mais? A Infocomm e o Globalshop foram os palcos de lançamento de vitrines fabricadas com LCDs transparentes, chamadas de Crystal Screen. O efeito é devastador. Uma tela LCD transparente, que permite ver ATRAVÉS dela, veicula mensagens. Atrás dela, produtos são expostos. A combinação é um festival de efeitos sobre um produto real, trazendo uma nova forma de “enxergar”.
No mais puro estilo Top Gun, aonde o piloto enxerga o mundo através de seu capacete com uma projeção, as vitrines Crystal Screen criarão um conceito de vitrines transparentes permanentemente animadas. O hardware é sempre o mesmo, mas o conteúdo varia infinitamente.
Troca o produto, troca a imagem. Vai lançar uma coleção outono-inverno? Basta colocar bolsas e sapatos dentro e colocar imagens dinâmicas das folhas caindo das árvores. O futuro imediato trará uma geladeira da Coca-Cola aonde no lugar do vidro teremos imagens em movimento.
Como o conteúdo é gravado em um PC integrado à vitrine, ele pode ser carregado por pendrive, ou ser transmitido pela internet, tudo isso sem gastar uma folha de papel, sem cortar uma árvore, sem custos de transporte. Bem-vindos a este admirável mundo novo, de comunicação precisa, direta e segmentada, a um preço que todo mundo pode pagar!
Fonte: Mundo do Marketing por Ronald Peach Jr