A estreia Mobile em Cannes

Estreante no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, a categoria Mobile representa um segmento que cresce em todo o planeta. Só no Brasil, são mais de 27 milhões de smartphones, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Em 2011, enquanto ainda era subcategoria de Cyber Lions, Mobile recebeu 239 inscrições e arrematou três Leões de Ouro, um de Prata e um de Bronze. Os números reforçaram a importância do segmento e foram determinantes para que o Festival criasse uma competição específica, com júri exclusivo, para avaliar campanhas e ações em dispositivos móveis. Nesta entrevista concedida ao Meio & Mensagem, Leo Xavier, CEO do Grupo Ponto Mobi e representante brasileiro no júri da categoria, avalia que o festival pode alavancar ainda mais os investimentos no segmento e chama a atenção para a onda móvel definitiva que conquistou consumidores.

MEIO & MENSAGEM ›› Mobile chega a Cannes com a autoridade de quem conquistou a própria independência. Qual é a expectativa em relação à categoria e ao desempenho do Brasil?

LEO XAVIER ›› Tenho uma expectativa enorme. Mobile conquistou esse espaço porque teve uma presença marcante em outras categorias do Festival em anos anteriores. Acredito que mais peças poderiam ter sido inscritas se houvesse mais tempo. Como a categoria foi uma das últimas a ser anunciadas, houve uma confusão sobre o que seria uma campanha mobile. Mas certamente teremos o Brasil bem representado considerando que a categoria é estreante.

M&M ›› O que entra na avaliação da categoria Mobile? Quais serão os principais critérios de julgamento?

XAVIER ›› Os critérios de avaliação de Mobile Lions privilegiam ideias, execução, relevância na plataforma móvel e resultados de mensuração da ação. Valem ações em smartphones e tablets. As subcategorias Mobile vão incluir uso criativo da tecnologia, sites móveis, aplicativos para web, aplicativos móveis, aplicativos para tablets, games, publicidade com rich media e campanhas integradas onde a ação móvel seja protagonista.

M&M ›› Já houve algum contato por parte do presidente do júri (Tom Eslinger, diretor de criação digital da Saatchi Worldwide) e alguma diretriz para as avaliações?

XAVIER ›› Não. Acredito que, como a categoria é estreante, isso ainda não está totalmente amarrado. As subcategorias já são diretrizes importantes para o julgamento das peças.

M&M ›› Você já começou a avaliar peças candidatas? Arrisca algum palpite sobre quem deve levar Leões?

XAVIER ›› Vi algumas coisas, sim, mas prefiro não arriscar. Têm peças muito boas de tablets, outras que integram diferentes plataformas tendo mobile como ponto central. Nos Estados Unidos, há um uso mais consolidado.

M&M ›› A criação de uma categoria específica para Mobile mostra a força do segmento. Em sua opinião, isso coloca em risco a existência de Cyber Lions, já que o componente digital está permeando boa parte das competições em Cannes?

XAVIER ›› Não. Acredito que Cyber tem força própria. Talvez seja necessário redefinir os critérios. Mas não vejo sentido no fim da categoria. Cyber é o digital na essência, a origem de tudo que vivemos hoje na publicidade online.

Fonte: M&M