Artigo

A diferença entre podcasts em áudio e “mesacast”

14/10/22

“Vamos fazer um podcast?” Esse convite é feito cada vez mais entre amigos, tal qual se fazia antes com as famosas frases “vamos abrir um bar” ou “vamos montar uma banda”. O motivo para isso está no fato de que o formato de programa de entrevistas se popularizou muito – e sempre parece muito convidativo para quem gosta de conversar: reunir pessoas interessantes em uma mesa, filmar um bate-papo descontraído, e ainda ter a prática como fonte de renda.

No entanto, assim como montar uma banda exige conhecimentos musicais e muita dedicação profissional, e assim como abrir um bar demanda trabalho duro e muito investimento até solidificar a clientela, “fazer um podcast” não é tão simples… a começar pelo termo correto: quem fala dessas mesas de debate filmadas para o Youtube está falando, na verdade, de um videocast ou, como se convencionou dizer, um “mesacast”.

Podcast é outra coisa

Não tem problema nenhum em querer montar um programa filmado com entrevistas e apresentadores sentados em uma mesa. De fato, esse tipo de programa já se consolidou na internet e muitos são realmente bem feitos e bem vindos.

O problema que nem todos se dão conta é que eles demandam um custo muito grande de produção. Para realizar um programa do tipo “mesacast”, é necessário ter apresentadores carismáticos e preparados para realizar um trabalho ao vivo, um estúdio com estrutura de isolamento de som, e pelo menos três câmeras para realizar transmissões ao vivo (muitos deles têm ainda mais câmeras). Os convidados precisarão ir pessoalmente ao local, o que aumenta os custos de transporte e a dificuldade logística para ajustar as agendas de gravação.

Enquanto isso, é necessário muito menos para ter um podcast. E quando falamos em podcast, trata-se do programa em formato de áudio distribuído em aplicativos como Apple Podcast, Spotify, Deezer e outros. Por ser editado, o podcast tem ruídos e barulhos externos removidos, e exige muito menos estrutura: microfones são suficientes, não é preciso ter câmera, e os convidados podem conceder suas entrevistas de qualquer lugar do mundo por meio de uma chamada, reduzindo drasticamente os custos da produção e aumentando as possibilidades.

Audiência crescente

Sabemos que os programas de entrevista do tipo “mesacast” podem alcançar grande audiência, especialmente devido ao uso de vídeos curtos, os chamados “cortes”, com trechos chamativos dessas entrevistas.

Entretanto, a audiência dos podcasts em formato de áudio não pode ser descartada. Em 2021, segundo a pesquisa TIC Domicílios, 41,2 milhões de brasileiros consumiram podcast. O hábito de ouvir programas em formato de áudio cresce a cada dia no Brasil e no mundo.

A relação custo-benefício da produção de um podcast pode ser muito melhor, além de promover uma fidelização maior da audiência, já que o hábito de escutar podcasts é mais fixo do que o de ver trechos de uma entrevista em vídeos sugeridos no Youtube.

Como decidir o que fazer

Procure estudar e compreender melhor seu público-alvo. Converse com clientes e tente avaliar qual conteúdo eles gostariam de acessar. Depois, confira os valores que sua marca teria para investir em um novo projeto, e avalie quais as chances de ele dar retorno. Vale ressaltar que os podcasts são produtos de nicho, enquanto o formato “mesacast” atinge muita gente de forma difusa, e os programas mais famosos já estão consolidados.

Se for o caso, você pode começar com um podcast de custos reduzidos, e migrar para o formato em vídeo se achar necessário.