Notícia

Caráter “verde” da inovação

19/01/12

Necessidades dos clientes apontam caminho da inovação com sustentabilidade para as empresas

Diminuir a quantidade de resíduos gerados, economizar energia, buscar matrizes e tecnologias mais limpas, reutilizar recursos naturais de forma racional e inteligente. Medidas como essas que se tornam cada vez mais comuns nos processos industriais e empresariais, já não representam apenas um fim, mas encontram-se presentes em todas as partes do processo sustentável das empresas que buscam a inovação.

Em busca de novos produtos, serviços e processos, as empresas têm reduzido as possibilidades de prejuízos para assumir um caráter mais sustentável, desenvolvendo novos produtos e processos a partir de necessidades reais de seus clientes.

Na opinião de Heiko Spitzeck, professor da escola de negócios da Fundação Dom Cabral, o próprio modelo de negócios das empresas passará a abranger conceitos de sustentabilidade. “Quanto mais companhias se unirem para inovar, mais o mercado vai exigir a sustentabilidade nos meios de produção e, então, produtos e serviços com viés sustentável irão deixar de ser um luxo, um diferencial, para ser o comum”, explica ele.

Criado há quase uma década, o papel offset reciclado, produzido em série e com homogeneidade, causou inicialmente dúvidas quanto à sua rentabilidade ou retorno. Porém, não demorou muito para que grandes instituições, como o Banco Real na época, convertessem toda sua correspondência para impressão no novo produto, reforçando a própria imagem e ao mesmo tempo gerando escala e retorno para a Suzano Papel e Celulose, fabricante do papel.

Assim como está se tornando frequente a interação entre as empresas no desenvolvimento de novos produtos, dentro de um processo chamado de inovação aberta, existe ainda a forte tendência da criação de rankings de qualidade, certificações e outros mecanismos de mensuração.

Já operando há alguns anos, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&F Bovespa concentra menos de 40 empresas que receberam pelo período de um ano destaque por suas conquistas e atendimento de metas nas áreas ambiental e social. Este ano, 38 empresas fazem parte  do índice de 2012 e a relação das novas empresas deve ser divulgada até dezembro.

Para Patrícia Sá, professora de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as empresas que fizerem investimentos em pesquisa e desenvolvimento deverão levar em conta cada vez mais as questões ambientais. Essa preocupação significa uma maneira de fazer algo novo pensando no meio ambiente e na sociedade, sem se esquecer do retorno financeiro.

Inovar, então, caminha junto com a sustentabilidade nos laboratórios e na cabeça dos executivos. E nem sempre essa inovação começa no laboratório de uma grande empresa, ela pode vir de um pequeno empreendedor, nascer em uma incubadora ou nas universidades. “Por isso a necessidade estratégica dos empresários de ficarem de olho nesses cientistas que pensam o novo”, diz Patrícia Sá.

Para Igor Oliveira, consultor da Semente Negócios, quanto mais a empresa envolve seus clientes no processo de concepção dos produtos, maior a chance de acerto. Ele cita a marca de roupas Oskley, que decidiu iniciar a fabricação de peças com algodão orgânico e para justificar a instalação do novo tear especializado, uniu-se à outras confecções que pretendiam seguir a iniciativa.

Já a Toyota busca esforços entre seus próprios consumidores para promover ideias e novos conceitos relacionados ao meio ambiente, processos sustentáveis de geração de energia e novas tecnologias relacionadas à segurança. Este ano, cinco ideias foram premiadas, dentre as diversas recebidas pela empresa por meio do website “Ideas for Good”.A empresa não apenas fomenta, mas aplica diversas dessas ideas em seus próprios produtos e iniciativas, gerando ganhos de marca, publicidade e até em processos industriais.

Fonte: Portal HSM