

Quando se fala de conteúdo acessível na internet, temos um paradoxo: quase todas as pessoas entendem a importância da acessibilidade, mas poucas realmente se dedicam a ela, seja porque o recurso demanda algum investimento, seja porque as medidas, às vezes, parecem não chegar a “ninguém”.
Neste texto, vamos apresentar algumas dicas sobre como escrever conteúdo acessível em diversas plataformas, e quais investimentos uma empresa ou organização pode fazer para se tornar mais conectada com pessoas com deficiência.
Já falamos aqui no blog sobre como escrever um texto alternativo no Instagram. As regras para escrever esse tipo de texto são muito parecidas, incluindo transcrição de texto presente na imagem, linguagem direta, uso de palavras-chave e descrição de cores apenas quando importantes.
No entanto, enquanto o texto alternativo do Instagram costuma exigir o uso de algo em torno de 100 caracteres, os textos alternativos em outras plataformas não restringem caracteres ou palavras. Vale destacar que o Instagram também não restringe, mas trata-se de uma prática ideal.
O fundamental para fazer conteúdo acessível, quando se trata de descrever uma imagem no espaço de “texto alternativo”, “para todos verem” ou “acessível”, é utilizar uma linguagem direta e descrever aquilo que faz sentido no contexto. Assim sendo, vale destacar a cor de uma roupa quando tal informação for importante, ou a direção do olhar de uma pessoa quando isso tiver sentido.
Uma questão é importante: ao descrever as pessoas, muitos se limitariam a escrever coisas como “um homem está de pé” ou “uma médica está sentada”, por exemplo. No entanto, vale destacar que, apesar de nem sempre ser necessário descrever fisicamente as pessoas de uma foto, a descrição da etnia ou de características físicas como faixa etária, por exemplo, pode ser fundamental do ponto de vista da inclusão e diversidade nas imagens de algum conteúdo.
Para além da descrição de imagens voltada ao público com deficiência visual, a acessibilidade também inclui permitir maior acesso de cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção a eventos e espaços físicos; uso de legendas voltados a deficientes auditivos, entre outras medidas.
No Brasil, estima-se que 6,5 milhões de pessoas tem deficiência visual. As estimativas do IBGE apontam 13 milhões de pessoas com alguma deficiência física no Brasil. Do ponto de vista puramente comercial, uma marca acessível é também uma marca que amplia seu alcance e pode conseguir atingir mais consumidores.
Do ponto de vista humano, vale destacar que todas as instituições e organizações deveriam se preocupar em permitir que todos possam fazer parte de uma comunidade.
Quando se trata de deixar uma cidade mais propícia ao uso de bicicletas, o poder público precisa ter em mente que a presença de ciclofaixas e ciclovias é o primeiro passo. Somente em uma cidade amigável para ciclistas as pessoas passarão a usar mais este meio de transporte saudável e não poluente.
A mesma lógica opera no que diz respeito à acessibilidade. Não é necessário esperar ter um público de PCDs, ou audiência com deficiências pedindo por acessibilidade. Primeiro devem vir as medidas de acessibilidade, e com isso surgirão seguidores e consumidores que decidirão consumir o conteúdo que eles podem acompanhar.
Vai fazer uma live para engajar o público? Permita o uso de legendas para que pessoas surdas possam acompanhar! Se for possível, tenha intérpretes de Libras (ou da língua de sinais do seu país) na live e, principalmente, nos eventos presenciais!
O uso de sistemas de audiodescrição para pessoas cegas também é importante, seja em um vídeo institucional, uma produção audiovisual ou outras iniciativas da sua marca. Uma forma importante de ser amigável com o público com deficiência visual é a autodescrição: em uma live ou apresentação on-line, por exemplo, cada pessoa deve se descrever, dizendo seu gênero, cor de pele, cor e tamanho dos cabelos, cor e estilo da roupa, e até que está ao fundo da tela.
Por fim, vale a dica: um podcast ou programa essencialmente em áudio pode ter a transcrição publicada para deficientes auditivos, ainda mais agora que as tecnologias de transcrição permitem que isso seja feito de forma rápida e barata.
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