Lembra-se da Hering? Era uma camiseta básica nos anos 1960 e 1970. Eu mesmo pintei e usei várias camisetas com mensagens de protesto contra o regime militar. Hoje a Hering é uma rede varejista de lojas de roupa jovem. Lembra da Lee e da Levi’s? Eram apenas calças jeans. Hoje são grandes redes de lojas espalhadas pelo mundo, com produtos diversificados, muito além do jeans. Até a Apple, que já foi fabricante de computadores, que recriou vários negócios (música, telefonia e entretenimento) abriu sua rede de lojas, para criar sua distribuição exclusiva e melhorar o vínculo com “seu público fiel”.
E assim a Indústria vai levando suas marcas para o varejo. O fato é que se a marca de produtos tem uma boa história, ela pode (e deveria mesmo) considerar a hipótese de criar seu próprio canal de vendas, seu próprio canal de distribuição, sua própria rede de lojas – inclusive, como forma inteligente de reforçar a marca e o relacionamento direto com o consumidor ou com seus fãs. Chamamos isso, na BBN International, de “Retail+Action” ou “VarejizAção”, um fenômeno do branding da virada do século XX para o XXI.
O professor Robert Lauterborn, no início dos anos 1990 dizia que: “O poder – que já esteve nas mãos das indústrias – foi ou está indo para os canais, para o varejo, que é quem de fato está cara-a-cara com o consumidor. Teremos ainda alguns anos de passagem do poder de algumas mãos para outras. Mas isso não vai parar no varejo. A próxima grande mudança – podem escrever – será quando o poder sair das mãos do varejo e irá para as mãos do consumidor. No futuro, provavelmente nas primeiras décadas do século XXI, o poder estará muito mais nas mãos do consumidor que dos varejistas. A fabricação será em qualquer lugar do mundo, onde houver qualidade e custo competitivo”.
Bem, ouvi isso pela primeira vez em 1995, numa palestra do Professor Lauterborn em Roma. Fiquei fascinado. Fui falar com ele e, no final da história, acabamos escrevendo juntos o livro “Os 4 Es de Marketing e Branding”, já lançado no Brasil pela editora Campus Elsevier em 2007. Neste livro, abordamos a tendência mundial da VAREJIZAÇÃO que vem ocorrendo com muitas marcas de empresas de produtos de consumo, como a HERING STORE, a LEVI’S, a LEE e outras. Até mesmo a NIKE, a SONY e a APPLE abriram suas lojas. Isso é a varejização das marcas.
Mas o oposto também pode ocorrer. Há uma série de varejistas e franqueadores, com suas marcas bem posicionadas, que deveriam pensar em entrar na produção de vários tipos de produtos que estejam alinhados com seus conceitos centrais e essenciais de marca. Existe sim, uma imensa oportunidade para marcas de VAREJO e FRANQUIA expandirem seus negócios e conquistarem uma grande fatia nos produtos de consumo e até mesmo em serviços.
Você que dirige uma rede de varejo ou uma rede franqueadora, já pensou nisso? Às vezes as empresas varejistas e franqueadoras procuram aumentar as vendas anuais simplesmente tentando “fazer mais do mesmo”, quando a oportunidade de crescimento de receita está bem ali ao lado, quase diante dos narizes, naquela marca forte que está sendo construída no dia a dia. Muitas marcas de varejo e franquia compreendem bem esse fenômeno de branding. A maioria, neste caso, infelizmente, não utiliza todo o potencial de BUSINESS que o seu BRANDING oferece.
Fazer sua marca crescer nem sempre é uma questão de verbas e recursos vultuosos. É uma mais uma questão de ter um bom entendimento de como o branding estratégico funciona para criar novos negócios. Enfim, Business Branding: uma simples questão de visão, trabalho e alguma ousadia para buscar mais ganhos e maior visibilidade e valor de marca. Provavelmente daqui alguns anos isso será ensinado nos cursos de MBA e Pós-Graduação.
Fonte: Mundo do Marketing
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